Finalmente sai de casa. Depois de 23 anos de total dependência dos meus pais, agora estou livre!
Bom, era assim que eu imaginava que seria a minha "saída de casa". Mas não foi. Na verdade foi bem diferente. O oposto, eu diria. Eu não saí de casa por algum conflito com meus pais nem nada do tipo. Fui apenas por que queria crescer. Mas a dor que causei em minha mãe...droga...esse é o preço da independência.
As mães são uma espécie estranha. Já nos coloca no mundo sabendo que um dia vamos sair. Depois de alguns anos, 22 anos no meu caso, pedem constantemente por isso ( direta ou indiretamente) e quando o dia chega o que acontece? lágrimas e mais lágrimas. Pior ainda foi eu não ter visto. Imaginar alguém sofrendo enquanto tenta sorrir me corta mais o coração do que ver ela realmente chorar. Acho que o fato dela tentar esconder mostra como é forte, e, mesmo tentando tanto, ela ainda não conseguir é porque a dor é muito grande.
Mas o dia chegou e eu fui, com um beijo no rosto de despedida e uma bolsa nas costas com minhas poucas coisas (poucas mesmo. Tudo o que tinha de roupa coube em uma mochila, e o pior, a mochila nem era minha. Pobre miserável.) sentei na moto e parti, enquanto via a imagem pelo retrovisor, como uma cena de cinema. Só não sabia dizer se esse era o fim do filme ou apenas o começo.
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